Os bonecos da minha infância

A recente epidemia do Facebook é parva. Eu vi e achei logo que era parva. Mas aderi. Quilos de nostalgia de desenhos animados em cima e tive que aderir. Daquelas coisas parvas que não gostamos mas acabamos por ter, como as calças à boca de sino ou a gola do pólo para cima.

Os desenhos animados da minha infância são A Navegante da Lua. O episódio dava ás 16.30 na TVI, e eu vinha da escola com o tempo contado para assistir às minhas guerreiras favoritas.
Também tive uma caderneta de cromos, mas, cabeça no ar como sempre, deixei-a na rua e choveu.
 Um drama.
Imitava a Navegante da Lua com mestria: Dois tótós ao alto, uma tiara feita em papel e colada com fita-cola na testa e um ceptro lunar feito com a flauta de bisel. Tinha uma gata branca que se chamava Artemisa e também lhe colava uma lua de papel. A fita-cola não é amiga do pelo felino e a bicha não estava para brincadeiras. Umas arranhadelas mais tarde, já tinha a fiel companheira gata pronta para combater o mal.

Desafortunadamente, na escola eu não era a Navegante da Lua. Fui delegada para a função de Navegante de Mercúrio. Eu não era a mais popular, era antes a menina bem comportada, boazinha e que tirava as boas notas (aka, a tótó). Não gostava. A Navegante de Mercúrio é a marrona que nunca vai às festas porque tem sempre que estudar. Tem o cabelo curto e ainda por cima é azul! E o ataque dela é com bolas de sabão, coisa mais inofensiva. E tem uma voz irritante. Finíiinha e irritante. Pior de tudo, não fica com o Mascarado.

Raios, eu merecia tanto ser a Navegante da Lua. Eu sabia tanto a coreografia da transformação do "pelo poder sagrado do prisma lunar" e sabia tanto como fazer a roda de ataque da tiara e tanto como apontar o ceptro lunar. Eu queria tanto ser a Navegante da Lua. Mas não, era a tótó.
Era injusto!Como se atrevem a estragar assim os sonhos de uma jovem e inocente rapariga? Malvados! Em nome da Lua, vou-vos castigar!

 
 

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